Pula fogueira, as comilanças juninas

Pula fogueira, as comilanças juninas

A comida típica das festas tem como base, os grãos, e as raízes, cultivadas pelos nossos índios, como o milho, o amendoim, a batata-doce, e a mandioca. A colonização portuguesa trouxe outros ingredientes,  e hoje o cardápio tem milho verde, bolo de fubá, pé-de-moleque, quentão, pipoca, e outras gostosuras regionais, que caracterizam a diversidade cultural de um país continental como, o pinhão na região Sul, os licores de mangaba, cupuaçu, a fruta pão, característicos do Nordeste/Norte. Outra diferença que uni a festa, são os nomes dos alimentos, que mudam regionalmente, a canjica no centro-sul é o mungunzá do norte-nordeste, e a canjica do norte-nordeste é a canjiquinha do centro-sul.  E independente dos contrastes, o motivo da festa é o mesmo por todo o Brasil, as festas juninas homenageiam três santos católicos: Santo Antônio (no dia 13 de junho), São João Batista (dia 24) e São Pedro (dia 29). Porém, a origem das comemorações nessa época do ano é anterior à era cristã. Várias celebrações pagãs aconteciam durante o solstício de verão no hemisfério norte, importante data astronômica marca o dia mais longo e a noite mais curta do ano, o que ocorre nos dias 21 ou 22 de junho. E tais povos celebravam as colheitas, e a fertilidade, e os produtos colhidos eram ofertados a todos. O curioso é que os índios que habitavam o Brasil antes da chegada dos portugueses também faziam importantes rituais durante o mês de junho. Apesar de essa época marcar o início do inverno por aqui, eles tinham várias celebrações ligadas à agricultura, ofertando o que era produzido.

As músicas juninas são diferentes de uma região para outra. No Nordeste, as composições do sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga são as mais famosas. Já no Sudeste, compositores como João de Barro e Adalberto Ribeiro (“Capelinha de Melão”) e Lamartine Babo (“Isto é lá com Santo Antônio”) fazem sucesso em volta da fogueira.

A fogueira presente nas celebrações juninas feitas por pagãos e indígenas, ganhou uma explicação cristã: Santa Isabel (mãe de São João Batista) disse à Virgem Maria (mãe de Jesus) que quando São João nascesse acenderia uma fogueira para avisá-la. Maria viu as chamas de longe e foi visitar a criança recém-nascida.

A dança quadrilha tem origem francesa, nas contradanças de salão do século 17. Em pares, os dançarinos faziam uma sequencia coreografada de movimentos alegres. O estilo chegou ao Brasil no século 19, trazido pelos nobres portugueses, e foi sendo adaptado até fazer sucesso nas festas juninas.

A valorização da vida caipira é o reflexo da organização da sociedade brasileira até meados do século 20, quando 70% da população vivia no campo. E a festa junina é mais um fator que prova que somos um país feito da diferença em busca de harmonia, o Arraial é uma celebração multicultural, que tradições européias e indígenas se misturam, e dão o referencial para essas divertidas comemorações.

 

Fonte:  MEC, Governo Federal – A história da nossa Cultura.
Imagem: Freepik.com

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